12 de fev. de 2014

Exilada por nascença


xx
Ah, qual é. Você sabe. Se você me conhece, sabe. Eu sou estranha. Bastante. 

Desde pequena eu sabia. Eu sempre me senti assim, exilada, de alguma forma. E nos últimos meses, tudo o que eu conseguia pensar é: aqui não é o meu lugar. E não é, de fato. Onde já se viu uma garota de (ex) cabelo azul (e futuro cabelo verde-água) e gosto pra música/moda numa cidade onde todo mundo se comporta da mesma forma? 

Mas voltando, desde pequena eu sabia. Mas aí eu descobri os livros, que me permitiam fugir da realidade, e ganhei novos amigos da minha vida. Não, sério.Isso vai parecer bem forever alone, mas autores e seus personagens realmente viram meus amigos (só quando eu gosto do livro, é claro), porque comigo lendo, eles revelam não só sobre si mesmos, quanto sobre mim mesma. Quem nunca se encontrou numa personagem de livro? Então querendo ou não, livros fazem uma grande parte da minha vida. 

Esses dias eu anunciei por aí que finalmente, finalmente, achei um pacote de intercâmbio do jeitinho que queria. Gente, fiquei tão feliz. Saí gritando pra todo lado EU VOU PRA FRANÇA EU VOU PRA FRANÇA EU VOU PRA FRANÇA e coisa e tal. Claro que não foi assim tão fácil pra os meus pais, mas isso não vem ao caso. O fato é que, na minha cabeça, a França é o lugar onde eu vou finalmente....pertencer., sabe? E, se esse for o caso, não vou mais me sentir exilada. 

Mas esses dias eu descobri, com a ajuda de - adivinha - um livro que estou lendo, que se sentir exilada não é só estar fora do seu lugar de origem. É mais um estado de espírito. Algo mais de dentro pra fora que de fora pra dentro. Você é de onde quiser ser, e se sentir exilada não tem nada a ver com onde você se encontra. É  com você mesmo (a) e como você se relaciona com as pessoas e, bem, com a vida, né. 

Brasil não é assim tão ruim, afinal. Onde mais eu iria comer coxinha?